A HIDROBR realizou, pela terceira vez, o Workshop HIDROBR, dessa vez com o tema “Pilhas na Mineração: do projeto à operação”. O encontro contou com mais de 250 profissionais do setor, com 4 eixos. Confira os temas:
Aspectos Legais e Regulatórios das Pilhas na Mineração
Aspectos e Avaliações Ambientais
Projeto, Construção e Operação
Gestão de Riscos e Estudos de Ruptura
No primeiro eixo, Bruno Costa, sócio do escritório William Freire Advogados Associados, moderou a mesa de discussão jurídica sobre a regulamentação de pilhas, onde foram abordados desafios na regulamentação e os impactos da NR 22. Os participantes destacaram que a falta de regras claras gera insegurança jurídica e dificuldades para as empresas do setor. Além disso, discutiram como a NR 22 trouxe novas exigências para o monitoramento e segurança das pilhas de rejeito e estéril, tornando essencial a adaptação das empresas às novas regulamentações.
Foi mencionada a importância de garantir segurança jurídica na regulamentação, comparando a futura norma sobre pilhas à Resolução 95 da Agência Nacional de Mineração, que trouxe avanços significativos na regulamentação de barragens. Por fim, foi discutida a indefinição do perímetro de segurança das pilhas na NR 22, o que pode impactar negativamente as operações já estabelecidas.
O segundo eixo, moderado por Frederico Viana, Gerente de Sustentabilidade e Saneamento da HIDROBR, intitulado Aspectos e Avaliações Ambientais, abordou a falta de regulamentação específica e os desafios técnicos e ambientais que envolvem esse tema. Foi discutida a importância da avaliação de impactos ambientais no licenciamento, levantando debates sobre a eficácia da disposição empilhada em comparação às barragens. Além disso, enfatizou-se que a gestão ambiental vai além do licenciamento, envolvendo análise de risco quantitativa e engenharia para garantir a segurança das estruturas. Pequenas mineradoras enfrentam desafios para adaptação a esse modelo, especialmente devido à falta de espaço e necessidade de ajustes nos processos produtivos.
Outros temas discutidos incluíram iniciativas de economia circular, como o reaproveitamento de rejeitos para reduzir a formação de novas pilhas, e a influência das mudanças climáticas nos critérios técnicos de licenciamento ambiental. Também foi discutida a possível repercussão da nova lei de licenciamento ambiental na mineração, com impactos mais evidentes para áreas de garimpo, mas sem expectativa de grandes alterações para empreendimentos maiores.
O eixo Projeto, Construção e Operação, moderado pelo Gerente de Geotecnia da HIDROBR, Lucas Machado, discutiu o papel das pilhas de rejeito e estéril como estruturas fundamentais na mineração moderna. No momento de discussão da mesa, destacou-se a necessidade de tratá-las como projetos de engenharia completos, com planejamento detalhado, controle de mudanças e integração entre projeto, construção e operação. Foram abordadas normas técnicas (como NBR13028/13029), desafios operacionais como sazonalidade e variações no material, e a importância de um plano de gestão contínuo até o fechamento da estrutura. A abordagem propõe uma mudança cultural, tratando a pilha como um ativo estratégico e não apenas como um local de disposição.
Augusto Romanini (Mineração Usiminas), palestrante da mesa, apresentou o projeto de empilhamentos da empresa, destacando a transição para tecnologias que eliminam o uso de barragens. A MUSA adota uma abordagem integrada que considera aspectos técnicos, ambientais, sociais e econômicos, com foco em inovação, segurança e sustentabilidade.
O último eixo (Gestão de Riscos e Estudo de Ruptura), foi conduzido por Stella Andrade, Gerente de Recursos Hídricos da HIDROBR. A discussão abordou a importância de fatores geotécnicos e hidráulicos, o uso de análises técnicas para prever falhas e a necessidade de monitoramento contínuo. Também foram levantadas boas práticas como auditorias independentes e planos de contingência bem estruturados para garantir a segurança das estruturas.
Renato Santos (Jaguar Mining) apresentou um pouco a respeito da experiência adquirida sobre estudos de ruptura em pilhas, gestão de crises e implantação de posto de comando com foco na resposta emergencial. Encerrando, Vicente Alimento Jr (Vale) compartilhou a abordagem da Vale para a gestão integrada de riscos e emergências, enfatizando a importância de planos atualizados, comunicação eficaz com as partes interessadas e um ciclo contínuo de melhorias com base em auditorias e simulações. Ao final, os participantes da mesa trouxeram temas importantes e reflexões sobre o futuro das pilhas na mineração.
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